quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ensaio Sobre o Medo.[Inspirado em conversa com N.B]




Certo dia,confabulando com a outra parte de mim,eis que contraditoriamente tomo coragem para tentar entender algo que tanto temia,algo que semrpe deixava pra pensar depois: O Medo.
Exatamente.Eu estava ali,naquele fim de tarde de domingo,puro marasmo,a brisa vindo pela janela e o cigarro na mão,deitada naquela cama há horas "estudando" o medo.Tentando entender os "porques" que cercam tal palavra.Esse sentimento que nós sempre tentamos evitar,nós que desde sempre fomos ensinados a termos coragem,força,valentia e nunca temer,como se fosse desumano ser verdadeiramente humano.Sim,pois é o medo característica substancial do Homem,substantivo quase que sinônimo dessa espécie.O Medo é o sentimento de aflição,angústia,um pouco de dor e mais uma dose se euforia amparados em expectativas e desejos.O Medo provém daquilo que se idealiza,ele nasce quando acreditamos veemente que algo será o contrário ou menos daquilo que se anseia,ele nasce das viagens imaginativas dentre as possibilidades que as circuntâncias perpetuam.O Medo nasce da imaginação,da ilusão(E como diria Sartre,da construção de imagens que a ente nos propõe) e bem em seu íntimo das expectativas de uma certa perfeição.
Estudando o medo eu pensei em outra questão: Por que o medo é tido como como fraqueza? e Porque tememos o próprio medo.A Segunda pergunta talvez seja respondida pela primeira.E eis que me perco em possibilidades de respostas,me perco num vazio e me perco no medo também.O que consigo visualizar é a existência de vários tipos de medo,vários estágios do medo,e algumas particularidades que os pressupõem então.Uma delas é que o medo não deveria ser a antíese da coragem.Sim ele deveria estar ligado ao "cuidado"que temos a algumas coisas,a certos sentimentos,ele deve e está ligado com o fato de que nós sempre nos prendemos a certas bases sólidas(ou não),empre teremos conosco elementos construtivos do ser(Concretos ou abstratos) do qual não queremos nos desvencilhar,e em certas situações temos de nos arriscar,perder,deixar para trás,entregar,voltar atrás,encarar desafios e dentro disso encaixa-se o medo.
Muitas vezes quando nos perguntam do que temos medo dificilmente respondemos exatamente conforme o que sentimos,por puro Medo Talvez.ntretanto étão normal,tão humano,e não deveríamos temer o medo por denotar incapacidade,fraqueza ou falta de reflexão.Ele é naverdade um estimulado de ações,assim como qualquer outro sentimento,ele sempre irá nos conduzir a determinadas situações e quando o encaramos,destruimos barreiras,construímos idéias e trilhamos caminhos em busca daquilo que se quer.O medo está intriscamente ligado com a fé,a fé em algo ou alguém,acreditar na preciosidade da existência de algo essencial para nós,o medo então é uma face do Amor,metaforciamente ele é certamente a sua alma.

E aqui estou eu,ainda deitada na minha velha cama,com os olhos um pouco aterrorizados,fixados no teto,mãos na cabeça,sentindo o cheiro do incenso de jasmim,ouvindo a "Bossa nova islandesa"trascendental,do lado do poster do astro glam dos anos 70,e então chego a conclusão de que o medo é na verdade um sentimento positivo,não esse mosntro que pintamos,não o falecimento do que se entende como "bom" ou "positivo" para nós.É verdade que ele muitas vezes pode nos impedir de irmos a frente,de tentarmos contornar situações,é verdade que ele muitas vezes pode nos bloquear,mas é inegável que o medo nos Move,é inegável que ele nos torne mais vivos,é verdade que ele muitas vezes nos dá esperança pr caminharmos,buscarmos sentidos em nós mesmos,reavaliarmos nossos infinitos "Eus" dentro da singularidade de cada essência,ele nos dá ânimo,mesmo que um ânimo nervoso,para vivermos cada coisa intensamente,ele nos dá o combustível para dirigirmos a vida no caminho que se quer.Isso é claro,se encararmos o Medo como algo natural e deixarmos de
teme-lo,pois aquele que não teme não é fraco,mas também não é forte,porque o medo nos faz agir em busca de acertos,e mesmo quando erramos,estamos apredendo a lograr um caminho,que é só nosso e se faz latente,vivo,importante para a história de cada um.Nos tornamos fortes,corajosos quando aprendemos com os erros,com os medos e quando enxergamos o sentido da vida na fé e no amor em nós e em pedaços de nós colocados em outras existências.
Eu tenho medo de cair,de errar,de amar quem eu amo.Mas mesmo assim eu vou atravessar as cordas-bamabas,vou agir pelos instintos,vou amar intensamente porque quando desejamos algo belo e importante para nós,nasce a esperança e a doce sensação de que devemos ir em frente,junto com ele,o Medo.A certeza de que estamos vivos também está aqui.Viver intensamente é isso.

[Calliandra~]

7 comentários:

O Eu Flor que sonha. disse...

Créditos das Imagens aos queridos salvador dalí e Escher gatchenho.

Amigos íntimos meus e tal. Hahahaha!

Vnz Lizzie. disse...

Post lindo,calli.Sinceramente,eu mal consigo pensar no medo,nem entende-lo de verdade,teu post me inspirou então.
Gpstei muito da imagem do olho,interessante.
Bem surreal,tua cara.
kissu. =*

Anônimo disse...

Miinha amiga mais Diva Cult que conheço.
Medo é um assunto tão complexo né?
Eu vivia pensando em o que falar sobre o medo, então vi aqui e vc simplesmente disse TUDO.
Parabéns meu amor, vc como sempre escrevendo divinamente bem !
moorro de saudades.
se cuiida.

Caio Carvalho disse...

O medo, assim como a superstição, por exemplo, jamais nos deixará! Ainda bem! São peças constituintes de nossa humanidade. Não tem para onde correr!Agora, como dizia a máxima "tudo em excesso faz mal", cada um deve saber trabalhar com este medo. Achei frutífera sua conclusão de que coragem não é não ter medo, mas sim se entregar à vontade de querer duelar com ele. Ótimas reflexões, Calliandra!

Camila Castro disse...

rs... aiai...

o medo?
será que alguem é corajoso o suficiente para confiar a outro alguem algo sobre do que tem medo?

e vc? tem medo de que?
será que saberia responder com a sinceridade de que os outros precisam? (na verdade, muitos não a precisam. na verdade muitos não querem perceber)

;*

Camila disse...

Qual seria o sentido da coragem se não fosse ele?
É assim.
O medo sempre nos impulsiona a agir né, amiga B.? =D

Adoreei.

cheiro cheiroso.

Fóssil disse...

Concordo que o medo não deve ser a antítese da coragem. Parece com certas dicotomias que as pessoas criam, mas que na verdade não existem, como o amor e o ódio e ´mesmo o bem e o mal. Eu adorei quando tu diz que o medo é uma face do amor, nunca tinha pensado nisso e faz muito sentido! Reflexões muito interessantes mesmo, parabéns!

(nada a ver, mas a palavra que saiu aqui pra verificação foi 'quases'. legal, né? XD)